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Postado em 12/05/2014 - 6:15
O amor nos tempos sintéticos
Guilherme Kujawski

Performances do artista francês Zaven Paré discutem o futuro das relações amorosas e sexuais

Legenda: Robôs de Hiroshi Ishiguro (Osaka, 2008)

Já não se fazem manequins como antigamente. É o que se deduz dos produtos de empresas como a Abyss Creations, localizada na Califórnia, que fabricam em escala industrial bonecas de silicone extremamente realistas, voltadas para apreciadores do amor sintético – um público que beira a misoginia, bem ao estilo de Theodore, protagonista do filme Ela, dirigido por Spike Jonze.

O artista francês Zaven Paré discute o tema com Love Dolls Project, uma série inédita de performances que acontece até o dia 29 de Maio no auditório do Sesc Ipiranga. Ele é uma espécie de autoridade no assunto, tendo inclusive trabalhado com Hiroshi Ishiguro, lendário criador de várias actroides, robôs humanoides desenvolvidos na Universidade de Osaka.

As performances são apresentadas em três partes. A primeira, intitulada “Quem somos?”, mostra uma máquina construída por um homo automaticus. A segunda, “De onde viemos?”, é um documentário sobre interações sociais com macacos. E, por fim, “Para onde vamos?” simula uma conferência TED sobre a fabricação de bonecas robotizadas.

O tema é mais quer atual. Circula pela internet histórias de homens casando-se com ginoides, ou androides femininos, evidenciando o grau de solipsismo a que estamos sujeitos nesses tempos pós-modernos. Paré trata do assunto com bom humor, preferindo trilhar o caminho do reductio ad absurdum, devido ao excesso de contradições inerentes.

Serviço:

Onde: SESC IPIRANGA. Rua Bom Pastor, 822

Quando: De 8 a 29/5 – Quintas, 21h30