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Postado em 04/12/2013 - 7:40
O zero e o infinito
Guilherme Kujawski

Mostra reúne obras de um dos mais icônicos movimentos artísticos do século 20

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Legenda: Instalação Mirror Room (1962/63), de Christian Megert (Foto: cortesia da Galeria Volker Dietl, Berlim)

No período posterior à Segunda Guerra, o mundo começou a se “repensar”, inclusive no campo das artes. A arte acadêmica já não contava mais com sua força política e moral, o que abiriu espaço para uma geração contestadora, de vanguarda.

Em 1958, Heinz Mack e Otto Piene fundam o Grupo ZERO, ao qual Günther Uecker se juntaria três anos mais tarde. Em seguida, ingressam nomes como Yves Klein, Lucio Fontana, Almir Mavignier e Jesús Rafael Soto. O nome do grupo remete a uma zona de silêncio, de novas possibilidades. Ou mesmo de um recomeço.

A partir do dia 5 de Dezembro, a Fundação Iberê Camargo abre ao público a exposição ZERO, uma reunião de obras do movimento homônimo, com curadoria da historiadora de arte Heike van den Valentyn. As obras se concentram no início da formação do grupo, no final da década de 1950, até a sua dissolução em meados da década de 1960.

  Os artistas ligados ao movimento são conhecidos por explorarem a luz como mídia, mas há os que plantaram a semente da arte cinética. Sem falar no recurso da eletromecânica, tão caro também aos futuristas. Repare, por exemplo, a obra Excavatrice de l’espace (S19), de 1958, de autoria de Jean Tinguely e Yves Klein, um disco pigmentado rotacionado por um motor elétrico.

A curadora incluiu obras de artistas sul-americanos (Abraham Palatnik, por exemplo) que não necessariamente estavam ligados ao movimento – ou mesmo cientes dele. É como se tendências estéticas pudessem se alastrar pelo globo através de um banco de dados universal, acessado apenas por artistas ou outros tipos de seres “sensitivos”. Uma nota 10 para a exposição ZERO.

Como complemento, leia a nota de Paula Alzugaray sobre a exposição na seLecT#15

Serviço:

Abertura: 5 de dezembro, das 19h às 21h

Visitação: de 6 de dezembro a 4 de março de 2014

Onde: Fundação Iberê Camargo – Av. Padre Cacique, 2000, Praia de Belas – Porto Alegre – RS