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Postado em 01/10/2014 - 7:19
Oriente-se!
da Redação

Marcelo Moscheta participa da 2ª Bienal de Montevidéu com obra que reposiciona as coordenadas geográficas dos pampas

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Legenda: Oriente (2014), obra de Marcelo Moscheta presente na 2ª Bienal de Montevidéu (foto: Cortesia do artista)

Como a nova edição da revista seLecT está concentrada no tema das bienais (trienais, qüinqüenais e afins), é mais que oportuno auscultar se alguma dessas grandes exposições está sendo realizada nos quintais da América Latina. E a resposta é: sim. No Uruguai acontece a 2ª Bienal de Montevidéu, sob curadoria do alemão Alfons Hug, responsável, segundo os anais, pela 26ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, acontecida em 2004. Nesta ocasião, Hug procura concretizar um “futuro do passado”, reescrevendo as narrativas que estofaram a história oficial da colonização nas Américas.

Os brasileiros participantes são: Maurício Ianês, Pablo Lobato, Cao Guimarães, Juliana Stein e Marcelo Moscheta. Este último apresenta Oriente, uma obra construída com rochas coletadas nas margens do rio Uruguai e montada nos interiores da igreja São Francisco de Assis, localizada no centro da capital uruguaia. Colocadas sobre pilares de parafina branca, os elementos geofísicos dos pampas como que flutuam ao longo das naves da igreja. O embate de materiais – perenes e menos perenes – parece gerar uma “impressão digital” da paisagem local, sem “reeditar” o seu DNA. Oriente é a coordenada geográfica, mas é também uma localidade, delimitada pelo rio de onde foram extraídas as rochas.