Só de bater o olho no novo livro do fotógrafo carioca Claudio Edinger podemos chamá-lo de colossal. Literalmente, com 29,5 cm de largura por 37,5 de altura, é bem grande, muito além dos padrões até dos livros de arte. Mas o que poderia parecer arroubo do projeto, com coordenação editorial da também fotógrafa Claudia Jaguaribe e textos de Agnaldo Farias e Guilherme Ghisoni, é seu trunfo. A sutileza das distorções e nitidez conseguidas por Edinger em cada imagem, pelo uso do recurso de foco seletivo, exibe-se sem vergonha, permitindo leituras não óbvias das cenas captadas no Rio de Janeiro, São Paulo, interior da Bahia, Amazônia e Santa Catarina, além de Paris, Veneza, Los Angeles e o Oriente Médio. No jogo entre o que se vê com clareza e o que se esconde na indefinição, iconografias tão distintas testemunham as relações entre os indivíduos e as cidades.
O Paradoxo do Olhar, Claudio Edinger, Editora Madalena/Terceiro Nome, 2015, 196 págs., R$ 200
*Resenha publicada originalmente na edição #24