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Frame do vídeo Tropical Blow Up, de Tamar Guimarães
Postado em 04/02/2016 - 11:41
Pela ótica feminina
Tertúlia, em cartaz na Fortes Vilaça, reconta os quinze anos de atuação da galeria pela produção de suas artistas
Luciana Pareja Norbiato

Na mostra Tertúlia, que a Fortes Vilaça abriu no último dia 28, quinze anos de atuação no cenário nacional das artes visuais são recontados por meio da produção de mulheres artistas que atualmente são representadas ou já estiveram ligadas à galeria. A seleção “afetiva”, feita pela própria equipe do espaço, mescla nomes de peso a artistas incipientes. No conjunto, figuram Adriana Varejão, Agnieszka Kurant, Alejandra Icaza, Beatriz Milhazes, Erika Verzutti, Jac Leirner, Janaina Tschäpe, Leda Catunda, Lucia Laguna, Marina Rheingantz, Marine Hugonnier, Rivane Neuenschwander, Sara Ramo, Tamar Guimarães e Valeska Soares.

A escolha por gênero não se deu por acaso: aproveita o momento em que o feminismo voltou com força ao debate e, de quebra, homenageia o protagonismo feminino na história da arte, exemplificado ao longo dessa trajetória por referências como Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, Lygia Clark e Lygia Pape, Mira Schendel e Maria Martins, por exemplo.

O aspecto histórico, aliás, vem contemplado na expografia, mesmo que não pela distribuição cronológica das obras. Aos trabalhos selecionados, entre icônicos e atuais, mesclam-se documentos como fotos, reportagens e postais que emprestam o testemunho de época sobre exposições, premiações e fatos referentes às artistas em exibição. O título, Tertúlia, remete às antigas reuniões de literatos e artistas para debater temas de seu ofício, e indica o tom da mostra.