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Postado em 11/04/2014 - 7:16
Petardo simbólico
Giselle Beiguelman

Obra do artista Iran do Espírito Santo, presente na exposição Poder Provisório, no MAM, questiona os suportes na arte

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Legenda: Ato Único III (2001), obra de Iran do Espírito Santo pertencente ao acervo do MAM e selecionada para a mostra do curador Eder Chiodetto (foto: Marcelo Arruda / MAM)

“Quem tem o poder de legitimar o que é ou não arte? A imagem que vimos outro dia no jornal pode conviver com as obras de artistas consagrados no acervo do Museu? Em tempos de black blocs, a obra que é um acrílico quebrado na moldura tem o poder de se ressignificar?” Essas perguntas são algumas das que o curador Eder Chiodetto dispara em direção ao público na exposição inaugurada no MAM, em São Paulo, na mesma data em que se instituiu, 50 anos atrás, a ditadura militar brasileira.

Sua relevância e densidade aparecem com nitidez, quando se recorda que a série Ato Único, de Iran do Espírito Santo, originalmente questionava o suporte-padrão da obra de arte. Tratando a história como continuidade e ruptura, a mostra reúne 86 obras do acervo do Museu e chacoalha a audiência a repensar o poder por meio de suas reverberações em todas as esferas da vida. Inclusive, as que permitem categorizar obras como documentais ou conceituais, diferenciar o que é fato e o que é ficção, o que é passado e o que é presente.

Serviço:

Onde: Exposição Poder Provisório, MAM, Parque do Ibirapuera, Portão 3, São Paulo

Quando: de 31/03/2014 a 15/06/2014

*Selects publicada originalmente na edição 17