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Postado em 03/12/2014 - 5:17
Pintou verde e amarelo no balneário
Feira paralela à Art Basel Miami Beach enfoca arte contemporânea brasileira
da Redação

 

Legenda: Yma Nhandehetama (2009), vídeo de Armando Queiroz, Almires Martins e Marcelo Rodrigues

Contagem regressiva para a Art Basel Miami Beach, feira de arte contemporânea que acontece no mais famoso balneário norte-americano e que abre ao público amanhã, dia 4 de dezembro. Os marchands brasileiros estão em alvoroço. E não é por acaso. Segundo dados do Projeto Latitude – parceria entre a Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para a promoção do setor brasileiro de galerias de arte contemporânea – 40% do volume de vendas das galerias acontecem em feiras.

E os eventos que vão no vácuo? Mencionamos em algum lugar as feiras paralelas que, este ano, estão recebendo um número expressivo de galerias brasileiras apoiadas. Pinta Miami, criatura do promotor cultural e especialista em arte latino-americana Diego Costa Peuser, é uma delas. Ele resolveu criar uma seção de arte brasileira e convidou o curador pernambucano Moacir dos Anjos para ajudá-lo na empreitada. Inspirado por Oswald de Andrade e suas noções sobre identidade brasileira, Moacir realizou uma seleção de obras que procuram evitar os estereótipos do que é atualmente conhecido como “arte brasileira”.

The square dreamed of dating bums (2014), de Daniel Murgel

 

As galerias participantes de Pinta Brasil são: Blau Projects (São Paulo); Galeria Logo (São Paulo); Portas Vilaseca Galeria (Rio de Janeiro); Mercedes Viegas (Rio de Janeiro); Galeria Virgílio (São Paulo) e Zipper Galeria (São Paulo). O artista Daniel Murgel ingressou no radar geral e, entre os trabalhos, vale destacar Yma Nhandehetama (2009), realizado por Armando Queiroz, Almires Martins e Marcelo Rodrigues (o título em guarani significa “antigamente fomos muitos”). Em mostra na 31ª Bienal de São Paulo, o vídeo é um depoimento de um de seus realizadores, Almires Martins, indígena do povo guarani. É uma delação do problema da invisibilidade dos povos indígenas brasileiros, que hoje correm o risco de verem suas terras serem demarcadas pelos seus maiores inimigos: a bancada ruralista do congresso.