_{Transição na produção do artista gaúcho Rafael França é tema de exposição na Galeria Jaqueline Martins}

http://www.youtube.com/watch?v=TPKvfjtJW8g

Legenda: Documentário que aborda a trajetória do artista Rafael França (direção de Alex Gabassi e Marco Del Fiol)

A mudança de uso de mídias por parte de um artista ao longo de sua carreira é um índice de seus pontos de inflexão, um sinal de como a ânsia por experimentações atestam um afastamento dos meios tradicionais. Tal noção pode ser entrevista, por exemplo, na trajetória do artista gaúcho Rafael França, morto precocemente em 1991. No final dos anos 1970 ele já fazia uso inovador de objetos técnicos à arte, como o off-set e o Xerox, no Centro de Estudos e Artes Visuais, sob orientação de Regina Silveira. Lá, percebeu que simples fotocópias eram na verdade organizadores gráficos de narrativas para livros-objeto.

Rememorar a obra de França hoje, portanto, é fundamental para se compreender as relações entre arte e tecnologia. No dia 11 de Fevereiro, a Galeria Jaqueline Martins, em São Paulo, inaugura a exposição Prelúdios: Rafael França, com curadoria de Vitor Butkus, que fez uma minuciosa seleção de obras que entrelaçam as peças gráficas e os vídeos realizados entre 1982 e 1991, época em que o artista morou nos EUA. Temas como a pessoalidade do deslocamento temporal, a redundância de props domésticos e as relações de gênero (mas especificamente, questões sobre a homossexualidade) formam a chave conceitual.

Faz-se necessário mencionar também sua atuação no 3NÓS3, grupo formado por ele, Hudinilson Júnior e Mário Ramiro, no qual passou a explorar intervenções urbanas, performances e, principalmente, instalações com vídeo – o que lhe proporcionou oportunidades para subverter formas ordenadas de ficção audiovisual. Um dos vídeos presentes na exposição, Prelúdio de uma Morte Anunciada (1991), é um verdadeiro tratado sobre a finitude humana sob o signo da Aids.

Serviço:

Abertura: 11/02, às 19h

Onde: R. Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 74, São Paulo, SP