SÃO PAULO
EM PRIMEIRO LUGAR, DESENHO
Fantasmas, até 29/4, Galeria Bolsa de Arte, Rua Mourato Coelho, 790 | bolsadearte.com.br/
A presença de Fabio Zimbres no universo dos quadrinhos e do design gráfico transcende para sua produção em artes visuais, na qual o desenho destaca-se como poética. Nos 20 trabalhos que exibe em Fantasma, na Galeria Bolsa de Arte, o artista explora diferentes suportes e linguagens, mas seu traço não deixa de aparecer em silhuetas e figuras de personagens. No entanto, elas não são sempre claramente identificadas, visto que Zimbres transita entre o figurativo e o abstrato. São, em referência ao título da mostra, resíduos de imagens que, assim como o processo do desenho, apresentam uma instantaneidade do pensamento que não pode ser inteiramente externalizado.
SÃO PAULO
DOBRADINHA
The Politics of Images, até 22/4, e Solo, até 29/4, Galeria Luisa Strina, Rua Padre João Manuel, 755 | galerialuisastrina.com.br
Quase simultaneamente, Alfredo Jaar e Thiago Honório abrem suas exposições individuais na Galeria Luisa Strina. O primeiro deles exibe trabalhos em diferente linguagens, a partir dos quais discute características da imagem, sobretudo a jornalística, destacando as complexas relações entre países africanos e a mídia internacional. Já no caso do segundo, a única obra exposta, Roca, ocupa um grande espaço da galeria. Trata-se de uma estátua de cabeça do século XVII, disposta sobre uma forma piramidal construída a partir de pau a pique e taipa de mão, procedimento do período colonial brasileiro.
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HISTÓRIAS DO BRASIL
Tristes Trópicos, dentro da Floresta, Somos Todos Cabaços, até 29/4, Galeria Mezanino, Rua Cunha Gago, 208 | galeriamezanino.com
Com curadoria de Daniela Bousso e Renato de Cara, Tristes trópicos, dentro da Floresta, Somos Todos Cabaços busca criar diálogos entre bienais, instituições e as mãos do povo brasileiro. Ela conta com a presença de artistas representados pela Galeria Mezanino, onde acontece a mostra, e também com a de outros convidados, coletivos e trabalhos de acervos particulares. Dessa forma, está exposta uma grande variedade de discursos e perspectivas, passando por imaginários festivos, vivências extremas ou ativismo político.
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SOBRE O CINZA
Cinzas, até 8/4, Galeria Vermelho, Rua Minas Gerais, 350 | galeriavermelho.com.br
A Galeria Vermelho inaugura Cinzas, a sexta exposição individual de Dora Longo Bahia no espaço, apresentando trabalhos de cunho crítico. Entre eles, está: Pinturas, em que a artista cobre antigos trabalhos com a mesma tinta cinza usada por João Dória para “limpar” a arte urbana de São Paulo; Olimpiadas, uma coleção de jornais da época em que o evento ocorreu no Brasil, sobre os quais são pintadas imagens de palhaços; e Fachada, uma grande intervenção na parede de entrada da galeria. Fora isso, o grupo de pesquisa Ainda Não, orientado por Bahia e Renata Pedrosa, marca sua presença com uma ocupação do hall de entrada, e o longa-metragem Psicose, de Gisela Motta e Leandro Lima, é lá exibido em diversos horários durante a semana.
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GEOGRAFIA PESSOAL
A Experiência Geográfica, Nazareno, 23/3 a 6/5, Galeria Lume, R. Gumercindo Saraiva, 54 | galerialume.com
O território e sua (in)definição visual são o cerne da exposição de estreia de Nazareno Rodrigues na Galeria Lume. Segundo o artista, “a geografia é uma experiência pessoal, mas que excede uma percepção única, uma vez que se manifesta a partir do mapeamento de determinadas circunstâncias, que vivem em constante mutação”. Partindo dessa premissa, ele criou uma cartografia poética e subjetiva, que indefine os contornos topográficos e encontra novas formas de representação espacial. Antes de representarem regiões do Globo, as obras alinhavam a noção geográfica à constituição do indivíduo, que acaba por se definir pelo entorno. A curadoria é de Paulo Kassab Jr.
SÃO PAULO
COMUNICAÇÃO CIFRADA
Romance postal, de 18/3 até 22/4, Utópica, Rua Rodésia, 26 | utopica.photography/
A galeria FASS passa a se chamar Utópica e apresenta a exposição Romance Postal em comemoração aos seus 10 anos de existência. Com curadoria de Rubens Fernandes Junior, a mostra trata da iconografia romântica e da intimidade por trás de 49 cartões postais produzidos entre 1900 e 1915. Aquilo que antes era apenas visto como um meio de correspondência passa a ser objeto de intervenções artísticas, como aquarela, relevo ou colagens. Dessa maneira, chama-se atenção para a comunicação cifrada da época, que ocorria devido à falta de privacidade das mensagens escritas em cartões, as quais passavam por muitas mãos até chegarem a seus verdadeiros remetentes.
SÃO PAULO
POR TRÁS DE CAO GUIMARÃES
Lançamento do livro Inventário da Obra Audiovisual de Cao Guimarães, 21/3, Galeria Nara Roesler, Avenida Europa, 655 | nararoesler.com.br
Organizar o arquivo pessoal de Cao Guimarães e realizar extensa pesquisa acadêmica a respeito de sua produção, deu o que falar a Cássia Takahashi, autora de Inventário da Obra Audiovisual de Cao Guimarães. O livro traz a trajetória do artista de maneira cronológica, desde sua formação até o amadurecimento de seus trabalhos, e, ainda, aproxima o leitor de seu processo criativo. O lançamento do inventário ocorre no dia 21/3 e conta com uma mostra de curtas de Guimarães às 19h, assim como uma conversa e sessão de autógrafos com a autora às 20h.
SÃO PAULO
CONTAGIANTE
Contaminações, de 18/3 até 20/5, Senac Lapa Scipião, Rua Scipião, 67 | sp.senac.br/lapascipiao
Foi a contaminação do solo da Praça Victor Civita, na qual funcionou o Incinerador Municipal de Pinheiros por 40 anos, que levou Sonia Guggisberg a pensar a respeito de seus trabalhos agora expostos no Senac Lapa Scipião. Explorando diversas linguagens, como o som, o vídeo e a fotografia, a artista discute contaminações e suas metáforas, levando o debate, inclusive, para a educação. No dia da abertura da mostra, 18/5, Guggisberg conversa com o público às 12h. Além disso, ela deve lançar seu livro, em que apresenta arquivos documentais sobre o mesmo assunto, até 20/5, quando se encerra Contaminações.
BRASÍLIA
CULTURA AFRO-BRASILEIRA
Diáspora, de 22/3 até 14/5, CAIXA Cultural Brasília, SBS Quadra 4, Lotes 3/4 | caixacultural.com.br/
Josafá Neves passou a criar as obras que exibe em Diáspora, na galeria principal da CAIXA Cultural Brasília, tendo em vista o deslocamento, normalmente forçado, de africanos entre 1500 e 1900, devido à escravidão. Tratam-se de pinturas, gravuras e esculturas que foram resultado de quatro anos de pesquisa a respeito da cultura afro-brasileira. A mostra, com curadoria de Bené Fonteles, afirma o papel de povos negros na constituição cultural do Brasil.