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Manjar realizado em março no Solar dos Abacaxis (Foto: Renato Mangolin)
Postado em 17/09/2019 - 11:17
seLecTs – agenda especial ArtRio (17/9/2019)
Solar dos Abacaxis, Sarah Morris, Jimson Vilela, Chelpa Ferro, Carlos Vergara, Vivian Caccuri, Leonilson
Da redação

RIO DE JANEIRO
Ontem, Hoje, Agora
Manjar, 20/9, das 17 às 4h, Solar dos Abacaxis, Rua Cosme Velho, 857 | facebook.com/solardosabacaxis
Os Manjares do Solar dos Abacaxis são “encontros experimentais de arte e liberdade” que acontecem ao longo de uma tarde e uma noite e se encerram no clarear do dia seguinte. Partindo do princípio de um adinkra (vocabulário de símbolos do povo Akan da atual região de Gana), chamado Sankofa, o Manjar Ontem, Hoje, Agora, com curadoria de Catarina Duncan, conta com obras apresentadas em edições anteriores. “É uma forma de rever o que já passou por esse espaço e mostrar um novo olhar”, diz a curadora. A noite traz uma série de encontros e práticas, incluindo Yoga, Roda de Samba, passeios pelo jardim e culmina na grande festa. O coletivo 01.01 faz um Caruru, oferecido aos Ibejis, entidades gêmeas do povo Ketu que, por serem crianças, são ligadas a tudo que se inicia e brota: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas. Essa simbologia do renascimento corrobora a construção de um futuro sustentável para o Solar. Sob a coordenação de Bernardo Mosqueira, o espaço busca apoiadores para consolidar seu projeto institucional, transformando-se em centro de experimentação e resistência, incluindo exposições de longa duração, ateliê, residências, midiateca e parque público.

Num Grande Acordo Nacional (2019), de Sarah Morris (Foto: Elisabeth Bernstein, Cortesia Fortes D’Aloia & Gabriel)

RIO DE JANEIRO
Today we find ourselves
at an impasse
Individual de Sarah Morris, até 19/10, Carpintaria,  Rua Jardim Botânico, 971 | fdag.com.br/carpintaria
Arquivos de áudio são o ponto de partida para oito pinturas inéditas e pôsteres de cinema são a base de seis desenhos que Sarah Morris apresenta em sua segunda individual no Brasil. Se em séries anteriores Morris usou como referência a arquitetura moderna, a cartografia e o design, na série de pinturas Sound Graph (2019), ela constrói abstrações geométricas a partir de arquivos digitais e gráficos sonoros. Os áudios da era Lava Jato brasileira não passaram incólumes aos ouvidos da artista britânica. A tela Num Grande Acordo Nacional (2019) representa visualmente a gravação do diálogo entre o ex-senador Romero Jucá e o empresário Sérgio Machado antes do impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016. 

Sem título (Tragédia civil), 2019, de Jimson Vilela (Foto: Divulgação)

RIO DE JANEIRO
Longe dos Olhos
Individual de Jimson Vilela, até 14/11, Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Rua Aníbal de Mendonça, 171 | simonecadinelli.com
A galeria Simone Cadinelli apresenta exposição individual de Jimson Vilela. O artista carioca radicado em São Paulo tem como base para sua produção o livro. Normalmente usado como forma escultórica que ultrapassa os limites das páginas de publicações, o livro aparece na obra de Vilela como objeto que une arte e literatura. Para Glória Ferreira, que assina texto crítico sobre a exposição: “É uma espécie de destruição da potência da linguagem”.

Spacemen/Cavemen, de Chelpa Ferro (Foto: Rafael Canas)

RIO DE JANEIRO
Spacemen/Cavemen
Individual de Chelpa Ferro, de 19/9 a 16/11, Cavalo, Rua Sorocaba, 51 | galeriacavalo.com
O ano de 2015 foi a última vez que o coletivo multimídia Chelpa Ferra apresentou uma exposição individual em sua cidade natal, Rio de Janeiro. O grupo criado em 1995 pelos artistas Barrão, Luiz Zerbini e Sergio Mekler apresenta agora uma mostra na galeria carioca Cavalo, realizada em parceria com a paulistana Vermelho. A individual pega seu nome emprestado da instalação Spacemen/Cavemen, criada em 2011, que leva ao espaço expositivo duas maquinas a poucos centímetros do chão, suspensas por cordas fixadas nas paredes.

Santuário do Mosquito (2018), de Vivian Caccuri (Foto: Reprodução)

RIO DE JANEIRO
Febre Amarela
Individual de Vivian Caccuri, de 21/9 a 1º/11, A Gentil Carioca, Rua Gonçalves Lédo, 17 | agentilcarioca.com.br
A Galeria A Gentil Carioca comemora 16 anos de existência com a primeira exposição de Vivian Caccuri em seu espaço. Chamada Febre Amarela, a exposição reúne trabalhos de caráter ficcional que refletem sobre as raízes da população de mosquitos americanos, em um claro paralelo às atuais crises urbanas e ambientais. A abertura também marca a inauguração da Parede Gentil º 34, que traz intervenção de Paulo Bruscky, e o lançamento da Camisa Educação nº 84, criada pela dupla Alexandre Colchete e Pedro Paulo Rezende.

Carlos Vergara em seu ateliê (Foto: Divulgação)

RIO DE JANEIRO
Carlos Vergara: Prospectiva
Individual, até 10/1/2020, MAM Rio, Av. Infante Dom Henrique, 85 | mam.rio
Com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, a mostra reúne obras inéditas, outras iniciadas em 2003 e peças que pertencem ao acervo da instituição, entre pinturas feitas a partir de monotipias e esculturas em aço corten organizadas em quatro núcleos. Os trabalhos foram produzidos em sua maioria em lugares de forte carga histórica, como o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, ou locais ao Sul da França, Istambul, Pompeia e Caminho de Santiago de Compostela. Um dos núcleos da exposição chama-se Sudários e apresenta obras produzidas em lugares onde há marcas do sagrado, como a região dos Sete Povos das Missões (Rio Grande do Sul) ou santuários do Sagrado Feminino (Sul da França), suspensas no espaço, formando um labirinto. Outro núcleo é o Natureza Inventada, que consiste em um espaço de encontros ativado por ações e conversas. Já o eixo Prospectivas traz grandes monotipias produzidas nos entornos do ateliê do artista, localizado na região dos trilhos de Santa Teresa, que são seus maiores trabalhos já realizados até agora. Por sua vez, Empilhamento apresenta uma obra na qual uma coluna de papel kraft atravessa o espaço e atinge o terceiro andar do museu.

Sem Título, circa 1984, de Leonilson (Foto: Jaime Acioli)

RIO DE JANEIRO
Leonilson Por Antonio Dias – Perfil De Uma coleção
Individual, 13/9 a 16/11, Pinakotheke Cultural, Rua São Clemente, 300 | pinakotheke.com.br
Depois da magnífica Estética de uma Amizade, projeto composto de mostra e livro a respeito da relação entre Alfredo Volpi e Bruno Giorgi, a Pinakotheque Cultural aborda mais uma correspondência entre artistas. “Este ano fazemos 40 anos e comemoramos falando de amizades”, diz Max Perlingeiro à seLecT. A nova exposição reúne desenhos e pinturas do artista Leonilson (1957-1993), que pertenciam à coleção de Antonio Dias (1944-2018). “É uma dívida que eu tinha com Antonio. Leo tornou-se artista quando Antonio o apresentou a Achille Bonito Oliva, em Milão”, diz Perlingeiro. Os artistas se conheceram em 1981 e, além da relação de amizade entre ambos, Dias foi figura importante na formação do artista mais jovem, em cuja obra é possível perceber elementos formais, temas e referências à obra do veterano, como uma figuração esquemática ou a paleta de cores saturadas. A exposição é acompanhada de um livro com textos de Paola Chieregato e Max Perlingeiro e uma entrevista de Luiz Zerbini, amigo de Leonilson. A próxima mostra desta série afetiva abordará a relação entre Tunga e seu pai, o escritor Gerardo Mello Mourão.