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Registro Gordura Trans #16 durante Frestas – Trienal de Artes (Sorocaba, 2017). Frames fotográficos (2017-2018), Miro Spinelli (Foto: Cortesia do Artista)
Postado em 02/07/2020 - 1:19
#tbt Se não puder ser livre, sê um mistério!
Curadoria de Jota Mombaça discute subalternidade e formas de insubmissão frente às normas sociais
Da redação

Publicada na edição 38 da seLecT, de fevereiro de 2018 e dedicada ao tema gênero, a curadoria de Jota Mombaça forma uma cartografia dos processos de colonização na sociedade, no corpo e na subjetividade. Em Se não puder ser livre, sê um mistério!, a artista analisa obras de outras pessoas trans, como Miro Spinelli (BR), Ana Giselle (BR), Lia Garcia (MEX), Pêdra Costa (BR) e Odete (PT), para discutir “o mundo que inscreve a transgeneridade como subalternidade”. 

No texto – que inclui performances, obras que lidam com a superfície e o interior do corpo, colagens e desenhos –, Mombaça nos lembra que, enquanto a violência contra as vidas LGBTQIA+ e de qualquer grupo socialmente oprimido seguirem ameaçadas, a estrutura social e o sistema da arte precisam ser transformados de modo a garantir a integridade da existência de todos. 

As ameaças contra a artista Rosa Luz – capa da edição #38 – nas redes sociais por conta de sua nova música, dois anos após a publicação desta curadoria, no entanto, mostram que o caminho a ser percorrido ainda é longo. Para lidar com essas questões, Mombaça tenta projetar uma política de visibilidade. “Se não pudermos ser livres, mergulharemos no abstrato e fecundaremos os chãos mais improváveis com nossas mitopoéticas”, diz a artista. Veja ou reveja a curadoria aqui.