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Lição de Geografia, 2009, de Bernardo Oyarzún. Nomes de origem indígena de diversas cidades (Foto: Cortesia do artista)
Postado em 28/01/2021 - 5:49
#tbt seLecT #2
Com a bem-humorada chamada “Habla-se Portunhol”, edição incorpora idioma anárquico das fronteiras para pensar relação do Brasil com hermanos latinxs
Da redação

O segundo número da seLecT, lançado em outubro de 2011, discute as proximidades e distâncias entre o Brasil e seus vizinhos da América Latina. Com a bem-humorada chamada de capa “Habla-se Portunhol”, a edição incorpora o idioma anárquico das fronteiras, por meio das obras e pesquisas de artistas e escritores que transitam por territórios culturais híbridos e intersticiais.

O portunhol selvagem, o transportunhol borracho, o portuñol del viaje e outras variantes aparecem nas obras da artista argentina Ivana Vollaro, do escritor paraguaio Douglas Diegues, do artista chileno de origem mapuche Bernardo Oyarzún, do fotógrafo paraense Dirceu Maués, do artista viajante Paulo Nazareth e das editoras cartoneras, coletivo latino-americano que se espalha por Peru, Bolívia, Paraguai, Chile, México e Brasil.

“El portunhol es bissexual. El portunhol selvagem es polisexual. El portunhol es urbano e post-modernus. E portunhol selvagem es rupestre e post-porno-vanguardista”, diz Douglas Diegues, editor da cartonera Yiyi-Jambo. Integram ainda a edição o escritor Joca Reiners Terron, o artista Nino Cais, o historiador Jorge Caldera e o físico e astrônomo Marcelo Gleiser, com um texto antológico sobre a constelação do Cruzeiro do Sul.

“Existe uma arte latino-americana? Existe um pensamento do sul? Em que medida essas perguntas são estereotipadas e falseiam nossa percepção?”, pergunta a jornalista Angélica de Moraes ao entrevistar a artista Coco Fusco, o crítico Teixeira Coelho e o curador Luis Pérez-Oramas.

Apimentam a edição um “glossário selvagem”, um ensaio sobre as estéticas do frio e a tríplice fronteira sonora na obra musical de Vitor Ramil, e uma reportagem sobre a representatividade da arte latino-americana nos grandes museus internacionais.

Mas como o portunhol não tem fronteiras, as problemáticas apresentadas se expandem a outros cantos do Sul global, como África do Sul, Sudeste Asiático e Oceania. A exotização das culturas do Sul também entra no espectro de análises, com obras de artistas como Ashley Bickerton – capa da edição. Leia ou releia a edição aqui.

Capa da seLecT #2