Missão Francesa (2017) e Cabanagem (2015), séries de fotografia investigativa de André Penteado, são o fio condutor da edição #39 de seLecT, dedicada a pensar o estado de coisas da Política Cultural no Brasil, em junho/julho/agosto de 2018.
2018 marca, em nossa história recente, a institucionalização do projeto de obscurantismo que tristemente seguimos testemunhando ainda em 2021. Fundamental revisitar esta edição, que se debruça sobre projetos de arte no Complexo da Maré e em espaços autônomos e política de guerrilha em São Paulo, como o Canteiro Aberto Vila Itororó e Casa do Povo; sobre os fundos patrimoniais como estratégia de sobrevivência de museus brasileiros; e que mapeia o sucateamento do Ministério da Cultura e abre espaço para o debate nascente da Arte Indígena Contemporânea, em ensaio de Jaider Esbell.
O editorial da Diretora de Redação, Paula Alzugaray, sublinha que a “ineficiência das políticas públicas dedicadas à história cultural” é o principal eixo da #39. “André Penteado investiga a crise do sistema institucional da arte e da educação, manifesta em projetos interrompidos e abandonados. Seu trabalho é um retrato do que a pesquisadora Mirtes Marins de Oliveira explora em seu texto: a descontinuidade (leia-se morte lenta) de cursos de arte e design no Brasil, em razão da visão da oferta educacional como produto e de seu público como consumidor.”
No movimento nefasto da lógica humanista à financista no campo da cultura, seLecT retrata um cenário preocupante e as potências da resistência e da reinvenção. Releia aqui.

Capa SeLecT #39