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Postado em 14/03/2013 - 3:07
Telefone celular (1973-2013)
Giselle Beiguelman

O celular vai morrer de morte matada do que lhe deu vida: a mobilidade

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Legenda: Das Coisas Quebradas (2012) , de Lucas Bambozzi (Foto: André Veloso/divulgação)

Nascido em abril de 1973, depois de uma longa gestação iniciada em 1947, pesando 1 quilo e medindo 30 centímetros, o telefone celular mudou a história da comunicação humana. Filho da mamãe Motorola, o primogênito chamava-se DynaTAC. Foi às ruas somente em 1983 e, daí em diante, passou a crescer em número de fãs e funções. Demorou a aprender a se comunicar por escrito, mas com 10 anos soltou o verbo em SMSes e nunca mais parou. Com cerca de 20 anos sofreu uma mutação e ficou a cara de uma tia finlandesa, a Dona Nokia, com quem sua história se confundiu por vários anos.

Mas, como diz o ditado popular, a vida do homem começa mesmo aos 40. Nem que isso implique algumas reformas básicas na funilaria. E o bisturi de Mr. Jobs fez o milagre. Retirou o teclado, que vinha amarelando seu sorriso, e trocou por uma bela fachada de toque. Todo mundo queria pôr a mão… Virou mania. Dizem que vai enterrar sua avó, modelo de seu comportamento por tantos anos, a internet de desktop, ainda neste ano de 2013.

Inevitável. Devagar com o andor. Quem com ferro fere, com ferro poderá ser ferido. Na busca por mais mobilidade, os chineses já estão produzindo computadores vestíveis, os óculos de Realidade Aumentada do Google vão entrar no mercado em pouco tempo e a empresa de óculos Oakley detém cerca de 600 patentes para produção de equipamentos semelhantes aos planejados para o Google. Descanse em paz, telefone celular, o futuro é bem mais móvel que você.

*Publicado originalmente na edição impressa #10.

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