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Postado em 26/08/2011 - 3:16
Torto e direito: entrevista com Guillaume Sibaud
Entrevista com o arquiteto Guillaume Sibaud, um dos sócios do escritório franco-brasileiro Triptyque
Marlia Scalzo

Em 2008, o escritório de Guillaume Sibaud foi um dos ganhadores do prêmio Jovens Arquitetos Franceses (Nouveau Album des Jeunes Architects – Naja) e representou esse país na Bienal de Arquitetura de Veneza. Trabalha no momento na implantação do projeto do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, em Paris.

O homem está dando mais valor ao seu lado torto ou o homem entortou?

A cidade entortou. O espaço físico das grandes metrópoles contemporâneas fugiu do controle, do planejamento. Ocupações orgânicas informais se multiplicam, a cidade se espalha em arquipélagos, o centro histórico não coincide mais com o baricentro da vida urbana, nem com o centro do poder. As representações simbólicas e a maneira de viver a cidade e a arquitetura foram alteradas.

Por que você acha que isso acontece?

Isso acontece em paralelo a outros fenômenos. O enfraquecimento do ideal modernista/racionalista como referência dominante abriu espaço a formas alternativas de viver, de se relacionar e de conceber a arquitetura.

Em que lugar desse processo você se enquadra? Como você se move entre o torto e o reto?

Escolhemos enfrentar os desafios da cidade contemporânea no cenário paulistano. Descobrimos uma metrópole subtropical, cujas características principais são ruptura de escala, escontinuidade, colagens, destruição, reconstrução etc. Um cenário caótico extremamente estimulante e fértil, indomável por natureza, com essa ameaça tropical permanente. Esses fatores impactaram
o nosso modo de criar os projetos, jogando uma luz nova sobre a nossa formação influenciada pelo modernismo e a formação clássica. Um certo gosto pelo torto, o mal foutu, o oblíquo – ou pelo curvo –, tornou-se um traço permanente dos projetos.

Quem move quem nessa superação de modos de viver e pensar? É o artista que sonha, a indústria que evolui ou o público que reivindica?

Não tenho a menor ideia!

Que projetos você julga marcantes dessa fase em que vivemos?

Sem dúvida, projetos que questionam e se posicionam em relação à realidade e os desafios da cidade atual, misturando os usos e a alma contemporânea. Enfim, projetos que procuram formular, sem descansar, novos paradigmas para a cidade.

Introdução

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