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Sila (Cansu Dere, ao centro) é a heroína que terá de conviver com o marido tradicional, Boran (Mehmet Akif Alakurt), para ajudar seus pais biológicos, Cecil (dir., Menderes Samacilar) e Bedar (Zeynep Eronat) (Foto: Cortesia TV Band)
Postado em 12/07/2016 - 3:22
Turquia é o novo México
Acapulco deu lugar a Istambul na nova vertente teledramatúrgica que está fazendo a cabeça de muito noveleiro
Luciana Pareja Norbiato

Sequestros, vinganças, encontros e desencontros e um lacrimoso final feliz. Personagens histriônicos, caracterizados por interpretações, figurinos e visagismo extravagantes. Direção de arte fora do padrão Globo. Heroínas que suportam estoicamente humilhações e privações para receber a recompensa no final – geralmente, a paz conjugal com o galã cheio da grana. De que país é essa novela? Quem respondeu México errou. Acapulco deu lugar a Istambul na nova vertente teledramatúrgica que está fazendo a cabeça de muito noveleiro por aí. E quem melhor que Sherazade, na releitura moderninha de As Mil e Uma Noites (TV Band, 2015), para abrir com chave de ouro a presença das novelas turcas no horário das 20 horas? Depois vieram Fatmagul – A Força do Amor (TV Band, 2015-2016) e Sila – Prisioneira do Amor, atualmente no ar.

Ao contrário das mocinhas mexicanas, as protagonistas do Oriente Médio debatem o papel da mulher numa sociedade ainda dividida entre a tradição dos clãs e as inovações do século 21. Que o diga Sila (Cansu Dere), vendida pelo pai quando criança para uma família rica. De uma só vez, descobre que é adotiva e tem de se casar com Boran (Mehmet Akıf Alakurt, ex-modelo internacional) para cumprir a dívida de honra de seu irmão biológico. Agora, a jovem de 18 anos tem de obedecer ao marido tradicional, mesmo tendo recebido uma educação liberal. Na indecisão da protagonista entre o marido e seu ex-namorado, Emre (Kartal Balaban), a novela chega a 4 pontos no Ibope. Na grade da Band, só perde para os noticiários e a competição gastronômica Masterchef. Ainda está longe da média de 12 pontos das novelas bíblicas da Record, mas vem aumentando o público com relação às antecessoras turcas.