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Olafur Eliasson, mentor and Sammy Baloji, protégé (right). Berlin, Germany, 2014.
Postado em 17/11/2015 - 4:00
Tutela estelar
Iniciativa que visa fomentar produção artística, Rolex Mentor & Protégé Arts Initiative oferece programa de orientação para artistas com nomes como Olafur Eliasson e William Kentridge
Luciana Pareja Norbiato

O que o artista dinamarquês Olafur Eliasson e o congolês Sammy Baloji têm em comum? Ambos são artistas visuais e o primeiro tem atuado como tutor do segundo durante todo o ano de 2015. Quem oferece o privilégio é a Rolex, tradicional marca suíça de relógios de luxo, em seu Rolex Mentor & Protégé Arts Initiative. Multidisciplinar, o programa de incentivo à produção artística enfoca as áreas de arquitetura, música, teatro, dança, literatura, cinema e visuais. As edições são bienais.

No primeiro ano, um time de conselheiros artísticos escolhe os mentores de cada área, que determinam com que perfil de pupilos querem trabalhar. Então sete equipes de seleção (um para cada suporte) apontam possíveis nomes para serem orientados, até chegar a três finalistas. A palavra final é do mentor: é ele quem escolhe o pupilo com a atuação que mais lhe interessa. A partir daí, pupilo e mentor vão se encontrar por seis semanas ao longo do segundo ano de cada edição.

Nomes como Gilberto Gil, na música; Margaret Atwood, na literatura; e William Kentridge, em visuais, já foram tutores pelo projeto. Este ano, o cinema conta com orientação do mexicano Alejandro González Iñarritu, diretor de Birdman. Além da orientação, os pupilos ganham US$ 25 mil pela premiação mais os custos de viagens, além de outros US$ 25 mil ao fim do período para a realização de uma obra. O tutor ganha US$ 75 mil.

A edição 2014-2015 terá encerramento com cerimônia para convidados no dia 4 de dezembro. Eliasson, que ampliou consideravelmente a inserção social de seus trabalhos com o projeto Little Sun – que prevê a distribuição de energia solar a populações africanas que não dispõem de energia elétrica –, terá contribuído para o desenvolvimento do trabalho de forte vocação social de Sammy Baloji. O congolês compõe fotos de trabalhadores do período da colonização belga no Congo às imagens atuais dos lugares por eles construídos, em ruínas.

*Publicado originalmente na #select26